_Vantagens do revestimento vegetal, seu potencial projetual e psicológico, e técnicas de aplicação_
A população mundial está aumentando rapidamente e até 2011 mais de 3,3 bilhões de pessoas, correspondem à 50 % do total, viverão em áreas urbanas densamente habitadas, consequentemente com um distanciamento da natureza e de uma dimensão ecológica de vida.
Para enfrentar tudo isso, a arquitetura está recuperando alguns ensinamentos relativamente recentes, como os de F.L Wright e Le Corbusier, e dando atenção às propostas mais avançadas comoSITE, P. Cook e O. Ungers, esforcando-se em reintegrar de diversas formas, a vegetação à construção. Tudo isto está acontecendo de modo articulado e heterogêneo dando ao "verde", cada vez mais, uma função importante como matéria de projeto para que o arquiteto componha e realize suas obras.
Enquanto a cobertura verde (telhado vivo) pareça ter atingido um papel consolidado também a nível normativo, o verde vertical está aos poucos firmando-se, oferecendo grande possibilidades de soluções, seja figurativo, funcional ou tecnológico.
As razões do sucesso destas propostas devem ser pesquisadas, em primeiro lugar, pela possibilidade de desenvolver estratégias em termos de sustentabilidade e bem-estar ambiental.
Bem como os jardins suspensos, as paredes vegetais consentem de restituir à natureza novas superficies em edifícios e àreas urbanas de elevada densidade, com inúmeras vantagens do ponto de vista micro-climático. Graças à fenômenos naturais ligados à esta (sombreamento, evapo-transpiração, fotossíntese) a vegetação é capaz de oferecer benefícios como melhor balanceamento térmico e acústico; e em escala urbana, contrastando o problema das ilhas de calor, contribuindo para um melhor funcionamento da rede hidráulica e favorecendo a biodiversidade.
O potencial do verde (bio-filtragem, fito-remediação) para combater a poluição atmosférica, ainda em fase de experimentação, parece já produzir resultados encorajadores. Relembrando os efeitos benéficos do ponto de vista psicológico, com êxitos comprovados em produtividade no trabalho,
aprendizagem e cura de doenças, e também em casos em que a vegetação enriquece o ambiente aumentando a qualidade de ambientes privados e espaços públicos, tornando-se um sítio natural de conformidade e cromatismo mutável em relação às várias estações do ano.
A importância estética e simbólica da integração do verde nos espaços habitados, desde os tempos antigos, são muito interessantes do ponto de vista progetual sobretudo para a interpretação da relação edicício-natureza.
O revestimento vegetal reperesenta uma válida solução para resolver o inserimento ambiental das novas construções em áreas altamente valorizadas do ponto de vista naturalístico, dando lugar à explícitas camuflagens, e além disso, útil para controlar o impacto estético, simbólico e iconológico, através de operações di consciência ambiental e de infra-estrutura variada e serviços, normalmente conduzida por dispositivos normativos.
O uso da vegetação aplicado à edificações já existentes, pode, enfim, funcionar como uma estratégia de requalificação em que o processo de degradação do edifício se confronta com os ciclos renováveis da natureza. Através da aplicação da vegetação como materiral vivo do projeto, com tempo e exigências de projeto específicas, porém com características eficazes no setor da construção, é possível compreender a multiplicidade das diversas técnicas experimentadas e utilizadas para a realização de uma parede viva desde a mais natural até a mais articificial. As plantas, desta forma, podem crescer em terra (sistema mais tradicional) em vaso, com ou sem suporte, ou em cultivação hidropônica, graças à matérias com elevada retenção hídrica (feltro, lã de rocha entre outros) onde os nutrientes dissolvidos em água são uniformemente distribuidos através da instalação automatizada de irrigação à gotas. Neste último caso, se deve reforçar o sistema através da fixação de substrato em painéis e, também em barreiras anti-raiz ou o seu inserimento em redes o gaiolas metálicas a serem aplicadas no edificio com a interposição de uma estrutura de ar para impedir a passagem da umidade.
Os vasos, onde as plantas são colocadas, representam com certeza a solução mais flexível e versátil pela dimensão e forma. Apresentam uma variedade de modos de uso, que vão desde a contemplação à participação diretta na conservação do verde, sobretudo se forem usados nas sacadas e halls de edifícios residenciais.
A utilização de plantas trepadeiras, que crescem diretamente sobre as superfícies verticais, podem comportar o emprego de suportes, que podem ser aderidos às paredes ou podem ser criados diaframes destacados, trazendo funcionalidades às diversas problemáticas de manutenção.
É interessante notar como este setor esteja de alguma forma se industrializando para reduzir tempos e custos de realização através da comercialização de produtos como módulos de substrato, telas ou vasos, que permitem uma prevenção do cresciemento da planta e então a montagem da parede vegetal no canteiro de obras ou até mesmo a substituição dos elementos.
Até que a integração da vegetação e a construção sejam eficazes, se deve considerar desde a fase projetual vínculos e variéveis que determinam o comportamento ao longo dotempo, não apenas a escolha do conceito em relação ao contesto urbano e climático, com as específicas exigências em termos de manutenção e desenvolvimento radical, mas também os fatores de risco e o grau de interação, seja no sentido positivo ou negativo.
Reportagem de Oscar Eugenio Bellini e Laura Daglio- Pesquisadores do Departamento Best da Universidade Politecnico di Milano___Revista Architetti numero 1- 2 Jan-Fev 2010 Milão, Italia.